NCM para Restaurantes 2026: o guia mais completo

NCM para restaurantes é um dos pontos mais importantes do cadastro fiscal de produtos, porque influencia emissão de NF-e/NFC-e, regras tributárias e até rejeições de nota. Se você compra insumos, vende bebidas, usa embalagens no delivery e quer evitar retrabalho com o contador, entender o NCM em 2026 é essencial.

No Food Service, é comum o gestor herdar cadastros do fornecedor, copiar códigos “parecidos” ou deixar o sistema preencher automaticamente — e só descobrir o erro quando acontece uma rejeição na nota, quando o contador aponta divergências, ou pior: quando o Fisco questiona a tributação aplicada.

Neste artigo “NCM para Restaurantes 2026”, você vai entender:

  • o que é NCM (de verdade) e como a tabela funciona;
  • por que ele importa no aspecto tributário e na emissão de documentos fiscais;
  • como consultar e validar o NCM (processo prático);
  • uma lista dos NCMs mais comuns no Food Service (refeições, bebidas e embalagens);
  • os impactos de usar NCM incorreto e como evitar.

Observação importante: NCM é classificação de mercadoria. A classificação correta depende de composição, forma de apresentação, industrialização e outros detalhes. Use este guia para acelerar decisões e reduzir erros, mas valide casos “cinzentos” com sua contabilidade e, quando necessário, usando os canais oficiais de consulta.

O que é NCM e por que existe

NCM significa Nomenclatura Comum do Mercosul: um sistema ordenado que define um único código numérico para cada mercadoria. No Brasil, é adotado desde 1995 (Mercosul) e se baseia no Sistema Harmonizado (SH), mantido pela Organização Mundial das Alfândegas. Serviços e Informações do Brasil

Na prática: quando você informa o NCM corretamente, você está dizendo ao Fisco o que é aquele item (mercadoria) de forma padronizada — e isso influencia tributação, controles e estatísticas.

Como a tabela NCM é estruturada (e como “ler” o código)

O NCM tem 8 dígitos:

  • 6 primeiros dígitos seguem o SH (padrão internacional);
  • 2 últimos dígitos são definidos no âmbito do Mercosul.

A NCM é organizada em Seções e Capítulos, e o sistema inclui regras e notas de interpretação (Regras Gerais do SH e complementares), justamente para garantir que um mesmo produto não tenha duas classificações diferentes.

Tradução para o dia a dia do restaurante: às vezes “parece tudo comida”, mas o NCM muda conforme:

  • se é in natura ou processado;
  • se é preparação alimentícia (mistura) vs. ingrediente;
  • se é congelado, pré-assado, recheado, em cápsulas, etc.

Onde consultar o NCM oficial (e como baixar a tabela vigente)

O caminho mais seguro é usar o Sistema Classif (NCM on-line), indicado pela própria Receita Federal para pesquisar por código, palavra e navegação na árvore da NCM.

Você também consegue baixar a tabela NCM vigente (em XLSX ou JSON) pelo portal da Receita/Portal Único. E um detalhe crucial: o arquivo de download entrega a tabela vigente, e para ver histórico (inclusive datas futuras), a orientação é usar a função de Histórico do Classif.

Por que isso importa em 2026: NCM pode sofrer alterações (criação/extinção/ajustes). Então “código que funcionava” pode ficar inválido com o tempo — e isso aparece como rejeição, divergência ou erro de tributação.

Por que o NCM é tão importante para o fiscal e para os tributos

A Receita Federal é direta: a NCM é fundamental para determinar tributos envolvidos nas operações de comércio exterior e na saída de produtos industrializados, e também é usada no âmbito de tributos internos e controles (inclusive ICMS em vários contextos). Serviços e Informações do Brasil

No mundo real do Food Service, o NCM costuma impactar:

  1. Parametrização de impostos na NF-e/NFC-e
    Alíquotas e regras podem depender da classificação (e de combinações com CEST, CST/CSOSN, origem, etc.).
  2. Substituição Tributária (ICMS-ST) e CEST (quando aplicável)
    Em várias cadeias (bebidas, embalagens, descartáveis), a mercadoria pode estar em regime de ST — e o NCM entra como parte do “gatilho” de enquadramento.
  3. Regras de validação e rejeições na emissão
    Se o NCM não existe/está inválido, a nota pode ser rejeitada. A rejeição 778 (“Informado NCM inexistente”) é um exemplo comum qua3ndo o código não está na base do autorizador/SEFAZ.
  4. Risco de autuação e divergências
    Há respostas de consulta estaduais reforçando que a classificação fiscal é responsabilidade do contribuinte e que a análise compete à Receita Federal. Legislação Fazenda SP


Restaurantes precisam de NCM? Em quais situações?

Em geral, restaurantes lidam com NCM em dois grandes pontos:

1) Compras (entrada): insumos, bebidas, embalagens e mercadorias

Aqui o NCM vem na nota do fornecedor. Boa prática: não assumir que “se veio na nota, está certo” — use isso como base, mas valide itens críticos (bebidas, descartáveis, itens com ST).

2) Vendas (saída): quando há emissão de NF-e/NFC-e com itens (mercadorias)

Muitos negócios de alimentação emitem NFC-e com itens do cardápio (refeições, bebidas) e/ou com mercadorias (p.ex., bebidas para levar, sobremesas industrializadas, produtos vendidos no balcão). Nesses casos, o cadastro fiscal precisa estar coerente.

E quando for “serviço”? Há cenários de NF-e de ajuste/itens não mercadoria onde se usa NCM “00”, mas se você usar “00” indevidamente para produto, pode gerar rejeição (ex.: rejeição 471).

Como escolher o NCM para restaurante correto: método prático (sem chute)

Use este passo a passo:

  1. Descreva o item de forma técnica
    Ex.: “pizza congelada pré-assada”, “água mineral sem gás”, “copo descartável de papel 180ml”, “refeição pronta (prato do dia)”.
  2. Compare com a forma de venda/uso
  • é ingrediente (insumo) ou produto final?
  • é industrializado/embalado por terceiro?
  • é perecível in natura ou preparo pronto?
  1. Consulte no Classif por palavras-chave e navegação
    A Receita recomenda o Classif/NCM on-line para consulta por palavra e por árvore da NCM. Serviços e Informações do Brasil
  2. Valide com documento de origem
    Quando o item é comprado pronto (bebidas, descartáveis, industrializados), a NF do fornecedor ajuda — mas não substitui validação.
  3. Mantenha um “cadastro mestre fiscal” no seu sistema
    Padronize: NCM + descrição fiscal + unidade + CEST (se houver) + regras tributárias por UF/regime.

Lista de NCMs mais usados no Food Service (restaurantes, bares e delivery)

A seguir, uma lista prática de NCM para restaurantes que mais aparecem no dia a dia do setor. Use como referência rápida e sempre valide o enquadramento exato (composição/apresentação) no Classif.

1) Refeições, itens prontos e conveniência

Uso comum no restauranteNCM (exemplo)Observação
Refeições prontas, marmitas, almoços/jantares e pizzas (preparações)2106.90.90Muito citado como NCM “coringa” para refeições/preparações alimentícias diversas em restaurantes e similares.
Pizza (produto de padaria/pastelaria “outros”)1905.90.90Aparece com frequência para pizzas/salgados conforme a apresentação; há referências específicas para pizza e enquadramentos correlatos.

Dica prática: “refeição pronta” e “pizza” são áreas em que muitos negócios erram por usar o mesmo NCM para tudo. Se você vende pizzas congeladas, massa pré-assada, pizza pronta do dia, pode haver diferenças relevantes.

2) Bebidas (um dos maiores focos de fiscalização e ST)

BebidaNCM (exemplo)Por que é importante
Refrigerantes e outras bebidas não alcoólicas (inclui águas gaseificadas/adicionadas conforme enquadramento da posição)2202.10.00Muito comum em bares e restaurantes.
Cerveja de malte2203.00.00Clássico em operações com bebida alcoólica.
Água mineral e água gaseificada (sem açúcar/aroma)2201.10.00Frequente em consumo local e delivery.
Outras águas (sem açúcar/aroma), gelo e neve (conforme descrição)2201.90.00Útil para variações de fornecimento de água não mineral.
Café torrado, não descafeinado0901.21.00Muito útil para cafeterias e restaurantes com venda de café/insumo.
Sucos (categoria genérica muito usada em listas de restaurantes)2008.99.00Use com cautela: sucos podem variar conforme fruta/processamento.

3) Doces, guloseimas e itens de balcão

ItemNCM (exemplo)Observação
Bombons e chocolates1806.90.00Comum em sobremesas industrializadas e revenda.
Chicletes2106.90.50Varejo de balcão (caixa, checkout).
Balas/pastilhas semelhantes (conforme enquadramento)2106.90.60Também aparece em operações de conveniência.

4) Embalagens e descartáveis (delivery e take away)

Aqui mora um ponto que dá muito erro: embalagem e descartável pode ter ST em vários estados/protocolos e a classificação correta muda tudo.

Item típico no deliveryNCM (exemplo)Exemplo de descrição
Caixas e cartonagens dobráveis de papel/cartão4819.20.00Muito usado para caixas de alimentos, embalagens dobráveis.
Copo descartável de papel (muito comum em catálogos)4823.69.00Aparece em diversos produtos de fornecedores com esse NCM.
Utensílios/serviços de mesa e cozinha de plástico (inclui descartáveis conforme uso)3924.10.00Copos, talheres, utensílios de plástico (conforme descrição).
Sacos/embalagens plásticas (variam por capacidade/material)3923.21.10 / 3923.21.90Para sacos/bolsas de polímeros de etileno, conforme especificação.

Recomendação: embalagem e descartável merecem uma revisão dedicada do cadastro fiscal, porque é comum haver diferenças entre “saco”, “sacola”, “filme”, “embalagem para transporte”, “utensílio de mesa”, “copo de papel”, etc.


O que acontece quando o restaurante usa NCM incorreto

1) Rejeição na emissão de NF-e/NFC-e

O erro mais direto: o sistema autorizador recusa o documento quando o NCM não existe, não está vigente ou está inválido na base — caso típico da Rejeição 778 (NCM inexistente).

Também há situações em que o emissor usa NCM “00” para item que é mercadoria (produto), levando a rejeições específicas (ex.: quando “00” é usado indevidamente).

2) Imposto calculado errado (pagando mais ou pagando menos)

Com NCM errado, o efeito pode ser:

  • aplicar ST quando não deveria (ou deixar de aplicar quando deveria);
  • parametrizar alíquota/regra incorreta;
  • perder benefício fiscal aplicável ao NCM correto.

O risco aqui não é só “pagar mais”: pagar menos por erro de classificação pode virar passivo tributário.

3) Divergência entre compras, estoque e vendas

Se a compra entra com um NCM e a venda sai com outro (ou com genérico), seu estoque e seus relatórios fiscais ficam inconsistentes. Isso atrapalha conciliações e aumenta o risco de inconsistência em auditorias.

4) Responsabilidade do contribuinte e risco de autuação

Há entendimento reiterado em respostas fiscais estaduais: a classificação fiscal na NCM é responsabilidade do contribuinte, e a análise/competência é da Receita Federal. Ou seja: “foi o fornecedor que mandou assim” não é uma defesa automática. Legislação Fazenda SP

NCM para restaurantes


Checklist rápido: como reduzir erros de NCM no restaurante em 2026

  1. Crie uma lista dos itens críticos (bebidas, descartáveis, embalagens, produtos industrializados de alto giro).
  2. Padronize descrições e unidades no cadastro (evite “coca”, “refri”, “bebida”).
  3. Valide NCM para restaurante no Classif quando:
  4. Revise NCM periodicamente (principalmente na virada de ano e quando houver rejeições).
  5. Centralize o cadastro fiscal no sistema de gestão (para evitar cada operador “inventar” um código).

FAQ – Perguntas frequentes sobre NCM para restaurantes

1) Qual é o NCM mais usado para refeição em restaurantes?

Um dos mais citados para refeições/pratos prontos em restaurantes e similares é o 2106.90.90 (preparações alimentícias diversas), muito usado como referência no setor.

2) Onde consultar o NCM para restaurantes de forma oficial em 2026?

A Receita Federal indica a NCM on-line do Sistema Classif, com busca por palavra, código e navegação na árvore. Serviços e Informações do Brasil

3) O que acontece se eu informar um NCM que não existe?

A nota pode ser rejeitada (ex.: Rejeição 778 – NCM inexistente).

4) Posso usar NCM “00” em qualquer item?

Não. “00” é usado em contextos específicos (ex.: item de serviço/ajustes), e o uso indevido em produto pode gerar rejeição.

5) Se o fornecedor colocou um NCM errado na nota, o problema é só dele?

Não necessariamente. Há entendimento de que a classificação fiscal é responsabilidade do contribuinte, e a competência de análise é da Receita Federal — por isso vale revisar itens críticos. Legislação Fazenda SP

6) Embalagens e descartáveis precisam de NCM?

Sim, quando entram/saem como mercadoria em documentos fiscais. E são itens com alto risco de parametrização errada por variação de material e enquadramento (papel, plástico, etc.).


Conclusão: NCM bem cadastrado é menos risco e mais controle

Em 2026, o NCM continua sendo um dos pilares do cadastro fiscal no Food Service — e, na prática, ele impacta emissão, tributação, cadastro de produtos, compras, estoque e conciliação com a contabilidade. Usar “códigos genéricos”, copiar sem validar ou não revisar itens críticos é o caminho mais curto para rejeições, retrabalho e passivos.

A boa notícia é que dá para reduzir muito o risco com processo e sistema: cadastro mestre, validação no Classif, revisão periódica e governança de quem altera tributação e NCM.

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